Por Silvio Barsetti
Mais segurança nos estádios e uma tentativa de acabar com a ação dos cambistas. São essas as propostas objetivas da catraca com câmera para identificação facial, novidade apresentada ontem durante o primeiro dia de exposições da Soccerex Global Convention, feira internacional de negócios do futebol que é realizada no Forte de Copacabana, no Rio.
A catraca já será utilizada em caráter experimental no Engenhão e no Pacaembu no início de 2011, provavelmente nos campeonatos estaduais. Permite por meio de uma câmera interna de alta definição, interligada a uma central de segurança do estádio, mostrar quem é o torcedor que está chegando para ver os jogos.
Essa tecnologia está associada ao uso de cartões personalizados. "Quando o torcedor, de posse de seu cartão, passar pela catraca pela primeira vez, vai ter a imagem do rosto cadastrada com dados pessoais", disse Walter Balsimelli Neto, que preside a BWA, empresa responsável por ingressos e controle de acesso a eventos e coautora do projeto, em parceria com a Axis Communications, que desenvolveu a câmera acoplada à catraca.
O protótipo foi desenvolvido no Brasil e despertou o interesse da Fifa, que enviou um emissário ao País para obter informações sobre o funcionamento da catraca. A entidade estaria estudando a possibilidade de adaptar as roletas para o Mundial, mas essa decisão é restrita ao governo federal, que vai determinar como será o controle de acesso e o monitoramento de imagens nos estádios da Copa. À Fifa cabe a exclusividade dos direitos de comercialização dos ingressos.
Com a imagem do torcedor e o cartão personalizado e intransferível, a central de segurança poderá rapidamente identificar envolvidos em tumultos, brigas ou em outros incidentes. "E se alguém usar o cartão de outra pessoa, podemos informar imediatamente às autoridades públicas, por um dispositivo online, que pode estar ocorrendo alguma coisa ilegal."
Os cartões de acesso podem ser utilizados em mais de um jogo. "O reconhecimento do rosto do torcedor poderá inibir roubos e aumentar a segurança do público", disse Neto. "Se os traços identificados não corresponderem à imagem registrada na primeira ida ao estádio, o dono do cartão poderá ser informado e ter seu cartão de volvido."
A BWA fechou contrato para fornecer a mesma tecnologia para a Arena do Castelão, no Ceará, por dez anos. "O centro do câmbio negro mundial é o Brasil. Na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, durante a última Copa, quem comandou essas ações foram brasileiros", disse o presidente da BWA, empresa que controla os ingressos e o acesso de público aos estádios de 13 clubes da Série A do Brasileiro, como Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro, entre outros.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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