Em matéria publicada no globoesporte.com
Zagallo sobre Armando: 'Ele já não falava, mas nem precisava. Bastava o olhar'
Abalado, Velho Lobo não sabe se irá ao velório por temer passar mal.
Zagallo estava no carro quando ouviu pelo rádio a notícia da morte de Armando Nogueira, nesta segunda-feira. No mesmo momento, lembrou-se da inaguração da sala de imprensa do Botafogo, em maio do ano passado, quando se emocionou ao ver o jornalista prestigiar o evento mesmo de cadeira de rodas, bastante debilitado em decorrência do câncer no cérebro.
- Uma imagem que nunca vai sair da minha mente é a da inauguração da sala de imprensa Armando Nogueira. Ele já não falava mais, mas, quando me viu, nem precisava. Bastava o olhar. Eu entendi exatamente o que ele estava querendo dizer. Foi muito comovente. Devia ser horrível para uma pessoa que falava como ele, que escrevia como ele, não poder nem falar nem escrever -comentou o Velho Lobo, que, bastante abalado, não sabe se irá ao velório desta tarde, no Maracanã.
- Sou muito emotivo, pode não me fazer bem.
Apesar do baque, Zagallo encontrou forças para elogiar Armando. Ambos começaram suas carreiras no mesmo ano. Em 1950, enquanto Armando estreava no "Diário Carioca", Zagallo dava os primeiros passos como ponta no América. As conquistas pela seleção em 1958, 62,70 e 94 foram acompanhadas de perto pelo jornalista.
- Era um homem extremamente inteligente, de uma cultura fora do comum. Conheci o Armando em seu esplendor, eu começando a jogar e ele já vislumbrando essa carreira brilhante. Ele cobria o Botafogo, tivemos várias passagens, as carreiras seguiram praticamente juntas ao longo desses anos todos. Espero que agora ele esteja lá em cima vendo os jogos, que foi o que sempre gostou de fazer.
O velório do corpo de Armando Nogueira será na Tribuna de Honra do Maracanã, a partir das 13h desta segunda-feira. O enterro será na terça, ao meio-dia, no cemitério São João Batista.
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